segunda-feira, 3 de maio de 2010

A história dos Pretos-Velhos




São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".
E assim são os Pretos-Velhos da Umbanda. Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.
Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de preto-velho. Outros, nem pretos-velhos foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo forma. Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais.
AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO

No cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo, um triste
PretoVelho chorava.
De olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam lhe pelas faces e, não sei porquê contei-as... foram sete.
Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o:
Fala, meu Preto Velho, diz ao seu filho o porquê externas assim uma tão visível dor?
E ele,suavemente respondeu:
-"Estás vendo esta multidão de pessoas que entra e sai?As lágrimas contadas são distribuídas a cada uma delas...
A Primeira eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distracção, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não conseguem conceber.
A segunda a estes eternos duvidosos que acreditam desacred itando, na expectativa de um milagre que os faça alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
A terceira distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta aos frios e calculistas que sabem que existem uma força espiritual e procuram beneficiarse dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta chega suave,tem o riso e elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo.
A sexta eu dei aos fúteis que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam
aconchegos e conchavos e teus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada, foi a últi ma lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás, fiz doação desta aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro, em dia de festa e faltam às doutrinas, esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e
espiritual.
E assim meu filho, para estes todos é que viste minhas lágrimas caírem uma a uma.

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